Unilever investe um bilhão de euros para melhorar produtos e embalagens

A Unilever quer substituir todo o carbono derivado de combustíveis fósseis nas fórmulas dos produtos de limpeza e de lavagem de roupa, por carbono renovável ou reciclado, em marcas globais como Omo, Cif e Sétima Geração, entre outras.

O programa “Futuro Limpo” (Clean Future) visa alterar radicalmente o modo como são criados, fabricados e acondicionados alguns dos produtos de limpeza e de lavagem de roupa mais conhecidos do mundo. O programa tem o objetivo de incorporar os princípios da economia circular tanto na embalagem quanto nas fórmulas utilizadas para que marcas mundialmente conhecidas reduzam a sua pegada de carbono.

Para a implementação do Clean Future, a Unilever anunciou investimentos globais de um bilhão de euros.

As substâncias químicas usadas nos produtos de limpeza e de lavagem de roupas da Unilever representam a maior parte da pegada de carbono (46%) ao longo do ciclo de vida dos mesmos. A Unilever espera que, apenas com essa iniciativa, reduza a pegada de carbono das fórmulas dos produtos em até 20%.

Peter ter Kulve, presidente global da divisão de Cuidados com a Casa da Unilever, explica que o programa Clean Future é a visão de reestruturação radical do negócio da companhia. “Nos últimos meses, verificamos uma procura pelos nossos produtos de limpeza sem precedentes e estamos muito orgulhosos de fazer a nossa parte, ao ajudar a manter a segurança das pessoas na luta contra o COVID-19. Mas isso não é razão para condescendência. Não podemos perder o foco da crise ambiental que o nosso mundo enfrenta”.

O investimento anunciado destina-se a financiar pesquisas em biotecnologia, utilização de CO2 e de resíduos e química de baixo carbono para criar fórmulas de produtos biodegradáveis e com eficiência no uso de água, além de reduzir para metade o uso de plástico virgem até 2025.

Para detalhar a estratégia de diversificação das fontes do carbono utilizado nas fórmulas, a Unilever criou o Carbon Rainbow, componente essencial do programa Clean Future. Trata-se de uma nova abordagem para diversificar o carbono usado nas fórmulas dos produtos.

As fontes não renováveis de carbono (carbono negro), como petróleo, por exewmplo, serão substituídas por CO2 capturado (carbono roxo), plantas e fontes biológicas (carbono verde), fontes marinhas, como algas (carbono azul), e resíduos (carbono cinza).

De acordo com o “Carbon Rainbow”, a extração de carbono vai seguir avaliações de impacto ambiental e será monitorada pelos programas de extração sustentável da Unilever para evitar pressões indesejadas sobre o uso da terra. Peter ter Kulve acredita que está surgindo uma nova bioeconomia das cinzas dos combustíveis fósseis. “Já ouvimos dezenas de vezes que as pessoas querem produtos sustentáveis mais acessíveis, e que sejam tão bons quanto os convencionais. Com os rápidos avanços da ciência e da tecnologia, conseguimos oferecer isso com a promessa de novos benefícios para quem usa os nossos produtos, desde ingredientes ultra suaves até roupas e superfícies com autolimpeza. Diversificar as fontes de carbono é essencial para crescermos dentro dos limites do planeta. Os nossos fornecedores e parceiros de inovação desempenham um papel crucial nesta transição. Ao partilharmos o nosso modelo “Carbon Rainbow”, invocanmos uma transformação em toda a economia sobre o modo como usamos o carbono”, finaliza Kulve.

Compromissos assumidos pela Unilever:

– Zerar as emissões líquidas de carbono geradas por nossos produtos, da fabricação às gôndolas, até 2039;
– Reduzir pela metade o impacto dos gases do efeito estufa durante todo o ciclo de vida dos nossos produtos até 2030;
– Zerar as emissões de gases do efeito estufa das nossas operações até 2030;
– Tornar as fórmulas dos nossos produtos biodegradáveis até 2030;
– Alcançar uma cadeia produtiva sem desmatamento até 2023;
– Reduzir pela metade o uso de plástico virgem, ajudar a coletar e processar mais plástico do que vendemos e garantir que todas as embalagens plásticas dos nossos produtos sejam reutilizáveis, recicláveis e compostáveis, usando pelo menos 25% de plástico reciclado nas embalagens até 2025.

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