A importância da interface agência x cliente x fornecedor

Por Paulo E. Pereira*

* Paulo E. Pereira, proprietário da Pack in Motion – Consultoria de Embalagem, é engenheiro Civil pela Universidade do Vale do Paraíba, Pós-graduado em Administração de Empresas pela FAAP. Com cursos de curta duração nas áreas de Design e Desenvolvimento Estrutural de Embalagem, tem 34 anos de experiência em P&D Embalagem, sendo 26 anos na J&J, chegando até a Gerência P&D Embalagem; 8 anos como Sócio Diretor da Prodesign – Agência de Design de Embalagem. A partir de Agosto/16 proprietário da Pack in Motion – Consultoria de Embalagem. Atua nas áreas de desenvolvimento de novos negócios, novos clientes, gerenciamento de projetos e seleção de profissionais de embalagem para a Brava Gente. Experiência em gerenciamento e desenvolvimento de projetos globais, regionais e locais. Experiência em projetos de otimização logística e redução de custos em embalagens. Membro do Conselho da ABRE desde 2004 e de Comitês de Estudo da ABRE. Orientador da ABRE para desenvolvimento estrutural de embalagem e logística. Consultor Internacional do Gerson Lehrman Consulting Group dos EUA. Palestrante de assuntos referentes à embalagem desde 2000. Participante de feiras internacionais nos EUA, Alemanha, França, Argentina. Detentor de 10 patentes de inovação em embalagem. Jurado do Prêmio ABRE desde 2004

* Paulo E. Pereira, proprietário da Pack in Motion – Consultoria de Embalagem, é engenheiro Civil pela Universidade do Vale do Paraíba, Pós-graduado em Administração de Empresas pela FAAP.
Com cursos de curta duração nas áreas de Design e Desenvolvimento Estrutural de Embalagem, tem 34 anos de experiência em P&D Embalagem, sendo 26 anos na J&J, chegando até a Gerência P&D Embalagem; 8 anos como Sócio Diretor da Prodesign – Agência de Design de Embalagem. A partir de agosto/16 proprietário da Pack in Motion – Consultoria de Embalagem.
Atua nas áreas de desenvolvimento de novos negócios, novos clientes, gerenciamento de projetos e seleção de profissionais de embalagem para a Brava Gente.
Experiência em gerenciamento e desenvolvimento de projetos globais, regionais e locais.
Experiência em projetos de otimização logística e redução de custos em embalagens.
Membro do Conselho e de Comitês de Estudo da ABRE. Orientador da ABRE para desenvolvimento estrutural de embalagem e logística.
Consultor Internacional do Gerson Lehrman Consulting Group dos EUA.
Palestrante de assuntos referentes à embalagem desde 2000.
Detentor de 10 patentes de inovação em embalagem.
Jurado do Prêmio ABRE desde 2004

Como costumo dizer, desenvolver embalagem não é matemática, pois são muitas as variáveis que temos que considerar. A começar pelo produto, que muitas vezes requer alguma proteção especial à luz, umidade, oxigênio ou até mesmo proteção mecânica em função de sua eventual fragilidade. O mínimo que se espera de uma embalagem é que o produto chegue ao consumidor final de forma íntegra e com o menor consumo possível de material ao menor custo possível. Isso pode ser conseguido por meio do entendimento e envolvimento entre a agência, o cliente e o fornecedor da embalagem, conforme descrevo a seguir.

Quando um profissional de embalagem, seja ele do cliente ou de uma agência especializada, vai iniciar um desenvolvimento, além do produto existem ainda muitos outros pontos a se considerar, começando pelas matérias primas a serem utilizadas na embalagem, passando pelo dimensionamento estrutural com a definição das curvas, encaixes, abas e áreas de selagem. Lembrando sempre que é muito importante considerar o potencial e os limitantes de fabricação dessa embalagem, bem como considerar, os equipamentos que estarão disponíveis e seus respectivos limites na fábrica do cliente, para que essa embalagem seja adequadamente desenvolvida de forma a atender não só os requisitos técnicos, mas também a expectativa de marketing quanto a sua forma, grafismo e principalmente ao poder que essa embalagem terá para encantar o consumidor.

Por esse motivo considero de suma importância que, desde o início do projeto, haja uma perfeita integração e interação entre todos os envolvidos na construção da embalagem e na fabricação do produto, como também em toda a cadeia logística de armazenagem e transporte. Sendo assim, independente de quem irá liderar o projeto, sugiro chamar para numa reunião inicial os representantes de marketing, embalagem, pesquisa e desenvolvimento de produto, engenharia, suprimentos, planejamento, produção, logística e quem mais for necessário, juntamente com a agência de design e os fornecedores dos itens que irão compor a embalagem do produto. Dessa forma teremos na mesma sala representantes da agência, do cliente e dos fornecedores, conseguindo assim envolver a todos e num mesmo momento listar as limitações e anseios em relação à embalagem a ser desenvolvida.

Digo isso porque, embora o objetivo maior seja desenvolver uma boa e adequada embalagem para um produto que se espera ser vencedor, a expectativa das diferentes áreas da empresa são, de certa forma, diferentes em consonância com os objetivos e metas particulares de cada departamento.

Vejam por exemplo que Marketing espera ter uma embalagem bonita, cheia de cores, com uma marca forte, ergonômica, funcional e muitas vezes com curvas e detalhes que nem sempre são possíveis de construção pelo fornecedor ou que não irão rodar com o desempenho esperado na linha de produção. Já Suprimentos certamente está preocupado, e com razão, em garantir o menor custo e o menor consumo dos materiais de embalagem, enquanto o fornecedor irá confeccionar a embalagem de forma que sua produção tenha um rendimento adequado e possa lhe trazer um lucro justo. Por outro lado, a Fábrica e a Engenharia irão focar em alguns pontos da embalagem, como por exemplo, tamanho adequado aos equipamentos e dispositivos existentes, estabilidade da embalagem na linha de produção, limites de comprimento, largura e altura e detalhes que tornarão essa embalagem mais ou menos produtiva, ou seja, que permita que a linha de produção tenha uma velocidade maximizada. Outro ponto que irão considerar é a questão da padronização dimensional, total ou parcial, para que não sejam necessárias tantas mudanças nos equipamentos em função da alteração de produção entre um produto e outro, pois isso também é um ponto importante a se considerar para que se obtenha mais produtividade e, consequentemente, um custo competitivo.

Não menos importante que todas essas áreas é a Logística, pois principalmente nos dias de hoje, é muito importante levar em consideração o espaço de armazenagem, a movimentação interna dos produtos e o transporte até os centros de distribuição ou seus clientes. Muitas empresas ainda não se deram conta de quanto dinheiro está envolvido nessas operações, que se não forem consideradas ou incluídas no processo, as embalagens correm o risco de sofrer avarias por manuseio ou espaço inadequado ou durante o transporte, por estar sendo usado um veículo inadequado, ou porque no desenvolvimento da embalagem não foi levada em conta a forma que seria transportada ou para onde seria transportada.

Por isso considero importante a interface entre a agência, o cliente e os fornecedores. Se todos forem envolvidos desde o inicio, poderão não só contribuir com o desenvolvimento como estarão comprometidos para que a embalagem em questão seja um sucesso para todos, pois se sentirão parte dela, e quando a virem na prateleira, sentirão orgulho de terem feito parte daquele projeto.

Não digo isso para que todos tenham algum mérito, mas porque se o desenvolvimento for feito desta forma, a chance de retrabalho e fracasso é muito menor e a chance de sucesso muito maior, ainda mais considerando que essa será uma embalagem otimizada em todos os sentidos possíveis, chegando a um custo compatível e competitivo, viabilizando assim o lançamento de um produto com uma embalagem bem desenvolvida e com custo adequado, cumprindo seu objetivo maior que é vender o produto e trazer maior rentabilidade para a empresa.

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