Pesquisa aponta que 2017 será ano de ajustes para setor de embalagens plásticas flexíveis

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Em um cenário onde os preços do gás natural e do petróleo permanecem baixos – por volta de US$ 60 o barril de petróleo – alguns analistas apostam que nos próximos 3 a 4 anos haverá uma onda de investimentos, principalmente em plantas de polietileno n(PE). Segundo Otávio Carvalho, da Maxiquim, consultoria que produziu um estudo de mercado exclusivo para a ABIEF – Associação Brasileira das Indústrias de Embalagens Plásticas Flexíveis, isso levará a uma queda entre 15% e 20% no preço das resinas em 2018, em comparação a 2016, especialmente na Europa.

Em 2016 estima-se que a demanda brasileira de PE e de PP (polipropileno) tenha superado a marca de 3,8 milhões de toneladas, com uma leve alta em PP (0,6%) e queda em PE (1,4%), no comparativo com o ano anterior. Mundialmente a produção de PE está avaliada em 110 milhões de toneladas, com uma demanda ao redor de 100 milhões de toneladas. Para 2017, a previsão é de um aumento de demanda de 0,3% nestas poliolefinas que a longo prazo se manterá em alta entre 2% e 3% ao ano.

As exportações brasileiras de poliolefinas bateram recorde em 2016, com alta de 20,2%. As importações registraram queda de 0,5%. O saldo na balança comercial foi positivo em 513 mil toneladas. Os EUA foram responsáveis por 40% das importações de resinas brasileiras; já a Argentina respondeu por 40% das exportações para o Brasil.

“Vale lembrar que 42% das receitas da Braskem no ano passado foram provenientes de operações fora do Brasil”, lembra Carvalho. Ele alerta ainda para o fato de que em 2016 “atrasos das plantas de eteno e de PEs melhoraram substancialmente as projeções de oferta x demanda, em termos de margens, níveis de operação e rentabilidade das plantas”.

Uma das embalagens flexíveis com melhor desempenho em 2016 no Brasil, foi o stand-up pouch (SUP). Embora os principais setores usuários de embalagem tenham registrado queda na demanda de flexíveis em 2016 – exceto alimentos com alta de 0,7% – a Maxiquim aposta em dois setores para alavancar o consumo em 2017: produtos de higiene pessoal e agropecuário.

A indústria de embalagens plásticas flexíveis fechou 2016 com uma produção de 1,834 milhão de tonelada (queda de 0,1% em comparação a 2015) e um faturamento de R$ 21 bilhões (alta de 6%). A participação dos diferentes tipos de resina no volume de produção foi: PEBDL (polietileno linear de baixa densidade) 50%, PEBD (polietileno de baixa densidade) 23%, PP 17% e PEAD (polietileno de alta densidade) 10%.

Em toneladas, tanto as exportações como as importações de embalagens flexíveis sofreram queda de, respectivamente, 30% e 23% em 2016 em comparação a 2015. Em valores, as quedas foram mais acentuadas: exportação 40% e importação 34%. Contudo, a participação das embalagens flexíveis na indústria de transformados plásticos continua importante: 29%.

A Maxiquim aponta como pontos relevantes para o setor em 2017:

– retomada lenta da economia levará a um crescimento pequeno no contexto doméstico;

– o setor se deparará com muitas empresas em dificuldades para reequilibrar suas margens;

– os investimentos continuarão em um ritmo lento por conta da instabilidade econômica;

– o aperto no crédito tende a retroceder;

– as mudanças regulatórias continuam no radar;

– poderá haver uma recuperação do terreno perdido para importações;

– exportações com plástico contido sofrerão, mas por outros motivos, como a operação Carne Fraca.

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