Plástico de cana ganha certificado de pegada negativa de CO2

O I’m green, polietileno produzido pela Braskem a partir do etanol da cana-de-açúcar, é o primeiro produto da indústria petroquímica brasileira a receber a certificação da pegada de carbono – iniciativa lançada pelo Ministério do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio (MDIC) no âmbito de ações para implantar em setores prioritários a Política Nacional de Mudanças Climáticas.

O certificado decorre de uma avaliação feita pela Carbon Trust e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que verificou que o plástico “verde” tem pegada de emissões negativa (-2,11 quilos de CO2 por quilo de produto). Comprovou-se, portanto, que a fabricação do material ajuda a sequestrar gás poluente da atmosfera.

Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, acredita que o reconhecimento fortalecerá o apelo do I’m green como material favorável ao consumo consciente. “O engajamento do consumidor visando à economia de baixo carbono é crucial”, diz. “Para tal, é muito importante dar-lhe informações confiáveis para que ele possa tomar uma decisão pró-sustentabilidade. Um selo com o aval do governo, associado a outras instituições de reconhecimento internacional, pode ser uma ferramenta adequada.”

Segundo a Braskem, a certificação também atende a uma demanda dos clientes, que cada vez mais solicitam informações sobre emissões de gases do efeito estufa e sobre análise de ciclo de vida dos produtos. “Como trabalhamos em um mercado global, o selo vai fortalecer a credibilidade da indústria brasileira no que diz respeito a impactos ambientais, abrindo novas possibilidades de negócios para os produtos nacionais que tenham esse diferencial competitivo”, afirma Alexandre Elias, diretor de Químicos Renováveis da Braskem.

Disponível desde 2010, o I’m green tem produção anual situada na casa das 200 000 toneladas. O biopolímero já é empregado na fabricação de embalagens rígidas, embalagens flexíveis e tampas.

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