Abipet contesta anúncio do governo de São Paulo

No anúncio, as embalagens PET são apresentadas de forma pejorativa como a responsável pela poluição do rio Tietê

A Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) encaminhou ofício ao governo do Estado de São Paulo com informações sobre o PET, em contestação ao anúncio publicitário intitulado “Criaturas do Tietê” veiculado na grande imprensa. O Governo é o principal signatário da peça. No anúncio, as embalagens PET são apresentadas de forma pejorativa como a responsável pela poluição do rio Tietê. “Se o objetivo era educar os cidadãos, não parece eficaz denegrir o produto, sendo que foi o PET que mais evoluiu em termos de reciclagem no Brasil nos últimos anos”, afirma o presidente da Abipet, Auri Marçon. “Além disso, nem toda embalagem plástica presente no curso de água é de PET”, continua o executivo. De acordo com pesquisas citadas pela associação, apenas 12% da produção de embalagens de plástico no Brasil são de PET.

A Abipet argumenta que as garrafas de PET têm impacto muito mais visual do que ambiental. “Trata-se de um produto inerte, que permanece em evidência simplesmente porque boia, explica no documento enviado”, diz a entidade.

“A forma como o PET foi apresentado no anúncio contraria diametralmente os resultados de estudos técnicos de ACV – Análise de Ciclo de Vida, realizados por reconhecidas entidades no Brasil, Estados Unidos e Europa. Os estudos mostram que a garrafa PET é uma das embalagens com melhor desempenho no contexto ambiental” diz nota da Abipet.

 

Leia abaixo a íntegra da nota da Abipet

“A forma como o PET foi apresentado no anúncio contraria diametralmente os resultados de estudos técnicos de ACV – Análise de Ciclo de Vida, realizados por reconhecidas entidades no Brasil, Estados Unidos e Europa. Os estudos mostram que a garrafa PET é uma das embalagens com melhor desempenho no contexto ambiental, visto que para sua fabricação utilizam pouquíssimo material. Em contrapartida, é capaz de conter grandes volumes com muito menos impacto causado pelo transporte, contribuindo para os pontos-chave que norteiam as questões ambientais no mundo: economia de água e redução de emissões de gases de efeito estufa, provocadas pelo meio de transporte.

Caso as embalagens de PET empregadas atualmente não fossem utilizadas, ocorreria um aumento de 200% em viagens para transportar a mesma carga de refrigerantes, água e óleo comestível e outros produtos importantes. Isso geraria um maior impacto das emissões de gases de efeito estufa..

Do ponto de vista da urbanização e logística, o transporte de refrigerantes ou água em garrafas de vidro faz com que a embalagem represente até 48% do peso da carga de um caminhão. No caso do PET, essa porcentagem é de aproximadamente 2%, apenas. “É possível levar maior quantidade de um produto com um número razoavelmente menor de viagens. Em suma, o transporte é feito sem o desperdício de energia com embalagens pesadas.

Embora o Brasil seja um dos líderes em reciclagem de PET, com índice superior a 57% das embalagens, o setor trabalha com uma taxa de ociosidade que varia entre 20% e 30%, devido à falta de coleta seletiva.

Reunindo mais de 400 empresas, com um faturamento anual superior a R$ 1 bilhão – um terço do total do faturamento do setor -, a indústria recicladora de PET está estruturada para receber volume adicional de embalagens. Com políticas de educação ambiental baseadas em fatos, ao lado dos necessários e obrigatórios sistemas de coleta seletiva, esse desempenho será ainda mais importante.

Para reverter o descarte inadequado, a Abipet acredita também na importância de um trabalho consistente de educação ambiental, que leve o consumidor a assumir o seu papel dentro do fluxo reverso da embalagem, conforme previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

“‘Para isso, lançamos o LevPET (www.levpet.com.br), que indica ao consumidor qual é o ponto mais próximo do seu local de trabalho ou residência, onde pode dar a destinação adequada à sua embalagem. Além disso, é uma ferramenta interativa, que permite aos internautas indicar novos pontos de entrega voluntária ainda não cadastrados pelo sistema – atualmente possui cerca de 2 mil locais registrados.  Nessa mesma linha, as Prefeituras podem utilizar o LevPET para identificar PEVs municipais, cooperativas de catadores, entidades que aceitam os materiais, entre outras possibilidades. Importante ressaltar que o uso do LevPET é totalmente gratuito para a população’, informa Auri Marçon”.

 

 

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