FDA decide não banir o uso do Bisfenol A em embalagens

O Food and Drug Administration (FDA), órgão de vigilância sanitária dos Estados Unidos, avisou por meio de comunicado oficial que não irá banir o uso do polêmico componente químico Bisfenol A (conhecido também como BPA) em embalagens de alimentos e bebidas.

Ainda que tenha explicitado que vá continuar fazendo testes e pesquisas a respeito de possíveis efeitos deletérios do BPA, o FDA negou uma petição levantada pelo grupo ambientalista National Resource Defense Council, que pedia o banimento completo do uso do BPA, substância utilizada há décadas para o enrijecimento de plásticos e no preparo de resinas epóxi para revestir latas de aço.

O órgão deixou claro que “não está fechando os olhos para os riscos potenciais do Bisfenol”. O diretor do Escritório de Segurança de Aditivos Alimentares da agência, Dennis Keefe, explicou que o FDA leva a sério todas as preocupações a respeito do uso do BPA e que continuará a estudá-las.

Cientistas ainda tentam determinar os potenciais riscos do BPA à saúde humana. Sabe-se que a substância é metabolizada rapidamente e que demonstrou efeitos negativos em testes com ratos, incluindo anomalias reprodutivas e inclinações a câncer em alguns órgãos. Em estudos epidemiológicos, pesquisadores teriam observado relações entre BPA e doenças hepáticas, problemas coronarianos e diabetes.

Steven Hentges, do Conselho Americano de Química (ACC, na sigla em inglês), não concorda com os resultados desses estudos. “A decisão do FDA só corrobora com aquilo que sempre defendemos: o BPA é seguro para uso em materiais que ficam em contato direto com os alimentos, uma vez que ele tem sido usado de maneira segura durante as últimas quatro décadas”.

Em outros países, o uso do Bisfenol sofre restrições. Países europeus e o Canadá proíbem o uso da substância na produção de mamadeiras plásticas. Na França, o banimento do BPA de qualquer embalagem ou recipiente para alimentos foi aprovado pelo governo e entrará em vigor a partir de janeiro de 2014.

Fonte: Packaging News

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